sábado, 7 de maio de 2011

NUM PAÍS NORMAL, COMO SERIA?

Excertos da entrevista de António Barreto ao jornal i: (completo aqui)

Encontra nestes protagonistas políticos, disponíveis para governar com o programa da troika (José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas), capacidade para ultrapassar esta crise?

Não me quero referir muito explicitamente a todos esses políticos - um por um -, não acho que contribua para resolver os problemas, mas num só caso estou convencido que
o primeiro-ministro, José Sócrates, não está à altura, não é capaz de contribuir para as soluções futuras.


O que o faz ter essa convicção?

A maneira como ele foi responsável pelo declínio do país e a maneira como se tem comportado perante o pedido de assistência. Quando anunciou os resultados das negociações fez uma coisa extraordinária que foi dizer o que não está no acordo e não anunciou o que estava. Parece mesmo que há sinais de que a opinião política europeia ficou muito desagradada. E a seguir vários políticos vieram dizer: o governo ganhou ou o governo perdeu. Numa altura em que se está a preparar um acordo tão sério, que nos vai criar tantas dificuldades, os partidos estão preocupados em saber quem é que ganhou? Foi um momento obsceno da vida política.


Tendo em conta as críticas que tem feito a José Sócrates, vê alguma possibilidade de vir a existir uma coligação que inclua o PS?

Não quero fazer prognósticos, mas sei que os socialistas são indispensáveis para uma solução. Não é necessariamente a formação de um governo. Pode ser a associação ao governo, um acordo de incidência parlamentar, há várias maneiras, e nesse sentido estou convencido que os socialistas são necessários. Também estou convencido que o primeiro-ministro, José Sócrates, precisa de ser muito, muito severamente castigado e a melhor maneira de o castigar é através da via eleitoral. Ele necessita de ser muito severamente castigado porque ele é pessoalmente responsável pelo mau estado a que Portugal chegou, as finanças públicas e o Estado.
Pessoalmente?

Sim, é pessoalmente responsável pelo mau estado a que chegou o próprio Partido Socialista. Comparado com o que era o PS há dez ou 15 anos, não é o mesmo partido, com capacidade de diálogo e com tranquilidade doutrinária. Este PS já não é isso. O engenheiro Sócrates é o responsável por este caminho e deve ser severamente castigado. Creio que ele não ajudará, nem fora, nem dentro, a nenhuma solução das soluções necessárias e importantes para o país.
 

Está a dizer que o primeiro-ministro quase levou o país à bancarrota para defender interesses pessoais?

Para defender interesses pessoais e partidários.
 

 
 

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