terça-feira, 15 de março de 2011

Austeridade: Socialistas criticam actuação do primeiro-ministro

A forma como José Sócrates anunciou o PEC IV - não o comunicando aos outros órgãos de soberania - não caiu apenas mal no PSD e na Presidência. Também na ‘casa' socialista a actuação do primeiro-ministro foi mal vista e gerou uma onda de críticas, tanto mais que nem a direcção da bancada foi informada, nem está prevista qualquer reunião com o partido para explicar as medidas de austeridade, como disse ao Diário Económico fonte do Governo.

"As medidas não foram explicadas nem ao partido, nem ao País. A conferência de imprensa do ministro das Finanças [na sexta-feira], do ponto de vista da comunicação, foi um desastre", criticou ao Diário Económico o vice-presidente da bancada socialista Sérgio Sousa Pinto. Para este socialista, Sócrates deveria ter começado por explicar aos portugueses o "dilema que se põe ao País", porque "não há condições políticas para aplicar pactos de estabilidade sem pedagogia". O vice-presidente considera que Sócrates "devia ter falado com Cavaco" antes de anunciar as medidas em Bruxelas e entende que o PSD "tem toda a legitimidade para não querer associar-se a este PEC". Embora defenda que, ao assumir uma posição imediata de rejeitar o apoio às medidas, Passos "foi precipitado e irresponsável".

Numa tentativa de desvalorização, Vitalino Canas já tinha dito que não vê "qualquer falha de comunicação" pelo facto de Sócrates não ter informado Cavaco, mas o cabeça de lista do PS nas últimas Europeias pensa de forma diferente e no seu blogue lança uma dura crítica ao primeiro-ministro, afirmando que a "obrigação política" de Sócrates comunicar novas medidas de austeridade ao Presidente tem, até, consagração constitucional. "O ressentimento antigovernamental do discurso inaugural de Cavaco não pode justificar o ressentimento antipresidencial do Governo", diz Vital Moreira.
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