16/03/11 - Carlos Marques de Almeida - ORIGINAL: AQUI
Portugal vive esmagado pelo Governo de Sócrates. Com planos de emergência a um ritmo avassalador, o Governo não tem programa, rumo ou orientação, tudo se resume pois à gestão quotidiana de uma catástrofe financeira que pode desabar a qualquer momento.
Os portugueses vivem debaixo de uma avalanche de austeridade, vivem uma revolução silenciosa que toca todos os sectores da sociedade. Para agravar a situação, Sócrates entende os portugueses como moeda de troca nas negociações em Bruxelas, entregando o País a um futuro precário e inferior. O Governo já não tem políticas para além da sobrevivência. Sócrates é fraco na Europa para ser forte em Portugal, só que o jogo é um esquema em pirâmide à beira de uma explosão.
A divulgação do último PEC faz o pleno do odioso. Primeiro, os planos de austeridade servem para afirmar a soberania nacional e evitar a humilhação de uma intervenção do FMI. Depois, os planos de austeridade são parte de uma estratégia para garantir a ajuda do Fundo de Estabilização Europeu em moldes mais flexíveis e ao gosto do primeiro-ministro. O PEC é tudo e o seu contrário, mas é sobretudo uma arma apontada aos portugueses e uma armadilha para a oposição. O PEC é a precariedade do futuro e uma hipoteca sobre as perspectivas de Portugal como País desenvolvido. O PEC é a política da miséria e a miséria da política.
Neste último PEC, o primeiro-ministro trata Portugal como propriedade privada do Governo. Sócrates humilha Cavaco Silva, ignora o Parlamento, abandona os parceiros sociais e apresenta-se como único defensor do interesse nacional. Com o PEC, Sócrates afasta-se da ideologia do PS de forma irreversível. Mas será que o Governo ainda é do PS? Com o congelamento e o corte nas pensões, o argumento da defesa do Estado Social na boca do Governo é cinismo e oportunismo político. O PS defensor do Estado Social só pode estar contra este Governo ou então é cúmplice da mentira e do fracasso.
Sócrates conduziu a democracia portuguesa para o absurdo de uma ditadura da minoria. Na humilhação do Presidente, na chantagem à oposição, no desprezo pelos portugueses, Sócrates revela uma personalidade política inflamada e a tocar a arrogância natural de um déspota iluminado. Os portugueses não se vão reconciliar com o primeiro-ministro do mesmo modo que não se vão reconciliar com a turbulência da imobilidade e do atraso.
Os portugueses precisam de uma ideia política para o futuro e de um novo espírito para enfrentar a mudança radical e contínua de que o País necessita. Esta transformação exige uma frente política alargada, legitimada em eleições e com um programa de refundação da democracia. Os portugueses não têm de temer a crise política, os portugueses têm de temer sim um futuro de fracassos, de ressentimentos e de prolongada inferioridade. Sócrates não esgota Portugal porque existe um País depois de Sócrates.
Os portugueses vivem debaixo de uma avalanche de austeridade, vivem uma revolução silenciosa que toca todos os sectores da sociedade. Para agravar a situação, Sócrates entende os portugueses como moeda de troca nas negociações em Bruxelas, entregando o País a um futuro precário e inferior. O Governo já não tem políticas para além da sobrevivência. Sócrates é fraco na Europa para ser forte em Portugal, só que o jogo é um esquema em pirâmide à beira de uma explosão.
A divulgação do último PEC faz o pleno do odioso. Primeiro, os planos de austeridade servem para afirmar a soberania nacional e evitar a humilhação de uma intervenção do FMI. Depois, os planos de austeridade são parte de uma estratégia para garantir a ajuda do Fundo de Estabilização Europeu em moldes mais flexíveis e ao gosto do primeiro-ministro. O PEC é tudo e o seu contrário, mas é sobretudo uma arma apontada aos portugueses e uma armadilha para a oposição. O PEC é a precariedade do futuro e uma hipoteca sobre as perspectivas de Portugal como País desenvolvido. O PEC é a política da miséria e a miséria da política.
Neste último PEC, o primeiro-ministro trata Portugal como propriedade privada do Governo. Sócrates humilha Cavaco Silva, ignora o Parlamento, abandona os parceiros sociais e apresenta-se como único defensor do interesse nacional. Com o PEC, Sócrates afasta-se da ideologia do PS de forma irreversível. Mas será que o Governo ainda é do PS? Com o congelamento e o corte nas pensões, o argumento da defesa do Estado Social na boca do Governo é cinismo e oportunismo político. O PS defensor do Estado Social só pode estar contra este Governo ou então é cúmplice da mentira e do fracasso.
Sócrates conduziu a democracia portuguesa para o absurdo de uma ditadura da minoria. Na humilhação do Presidente, na chantagem à oposição, no desprezo pelos portugueses, Sócrates revela uma personalidade política inflamada e a tocar a arrogância natural de um déspota iluminado. Os portugueses não se vão reconciliar com o primeiro-ministro do mesmo modo que não se vão reconciliar com a turbulência da imobilidade e do atraso.
Os portugueses precisam de uma ideia política para o futuro e de um novo espírito para enfrentar a mudança radical e contínua de que o País necessita. Esta transformação exige uma frente política alargada, legitimada em eleições e com um programa de refundação da democracia. Os portugueses não têm de temer a crise política, os portugueses têm de temer sim um futuro de fracassos, de ressentimentos e de prolongada inferioridade. Sócrates não esgota Portugal porque existe um País depois de Sócrates.
Sem comentários:
Enviar um comentário