segunda-feira, 18 de abril de 2011

O PODER OCULTO

Já aqui disse que o país tem, neste momento, mais com que se preocupar do que com a novela Fernando Nobre. Continuo a entender que as escolhas de candidatos à assembleia da republica  pelos partidos é uma questão menor, que será avaliada nas eleições.

Agora, depois da histeria dos jornais e televisões em torno de Fernando Nobre, seria de esperar algum barulho por isto:

CABEÇA DE LISTA NA GUARDA - PAULO CAMPOS, cujo nome se relaciona com as seguintes noticias:
1 - Um assessor do secretário de Estado Paulo Campos deixou o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para assumir o cargo de administrador executivo em Portugal da Q-Free, empresa fornecedora dos chips de matrícula que o Governo queria usar nas Scut. (aqui)
2 - O secretário de Estado Paulo Campos, considerado o ?pai? da Fundação do Magalhães, autorizou que dois assessores fossem nomeados administradores da Fundação para as Comunicações Móveis (FCM) ao mesmo tempo que desempenhavam funções no seu gabinete. A lei de incompatibilidades dos membros dos gabinetes governamentais impede tal acumulação. (aqui)
3 - O administrador dos CTT Marcos Baptista, ex-sócio do secretário de Estado Paulo Campos, adulterou o currículo afirmando ser licenciado pelo ISEG. (aqui)


CABEÇA DE LISTA NOS AÇORES - RICARDO RODRIGUES, cujo nome se  relaciona com as seguintes noticias:
1 - O secretário Regional da Agricultura e Pescas dos Açores, Ricardo Rodrigues, pediu hoje a demissão do cargo, alegando a existência de boatos sobre o seu envolvimento numa suposta rede de pedofilia a actuar na ilha de São Miguel. (aqui) - foi depois esclarecido que não estava a ser investigado (foi um boato)
2 - O vice-presidente da bancada do PS no Parlamento nacional, Ricardo Rodrigues, garantiu que não vai apresentar recurso da decisão - proferida primeiro pelo Tribunal de Ponta Delgada e ratificada recentemente pelo Tribunal da Relação de Lisboa - de não pronunciar o jornalista Estêvão Gago da Câmara pelos crimes de difamação e injúria contra a sua pessoa.
Em causa está um artigo de opinião publicado pelo jornal Açoriano Oriental, a 5 de Janeiro de 2005, a dar conta de que Rodrigues estaria associado a um 'gang internacional', na sequência de um processo, que remonta a 1997, de burla qualificada e falsificação de documentos em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel. (aqui) ou (aqui)
3 - Deputado arrisca três anos de cadeia - Irritado com questões sobre casos de pedofilia e de fraude, em que o seu nome foi falado, Ricardo Rodrigues meteu ao bolso gravadores de jornalistas. DIAP de Lisboa acusa-o de atentado à liberdade de imprensa. (aqui

De realçar que, em nenhum dos casos citados, se provou a existência de qualquer ilegalidade, não tendo os visados sido sequer arguidos. Ou seja, estes dois cidadão têm toda a legitimidade para ser deputados. Ainda assim, estas escolhas, tal como a de Basílio Horta, em detrimento do ministro dos negócios estrangeiros, têm significado político não havendo qualquer reacção da comunicação social, em contraste com o caso Fernando Nobre. 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário