quinta-feira, 31 de março de 2011

Administrador dos CTT falsifica CV e suspende mandato

O administrador dos CTT Marcos Baptista, ex-sócio do secretário de Estado Paulo Campos e por este nomeado, adulterou o currículo, afirmando ser licenciado pelo ISEG, como consta no despacho de nomeação publicado em Diário da República. O curso não foi concluído, apurou o i, não tendo Marcos Baptista completado as cadeiras suficientes para concluir uma licenciatura pós Bolonha, caso o curso tivesse sido realizado após a entrada em vigor deste acordo comunitário.

"Por que é que Portugal não recorreu há mais tempo à ajuda externa?"

Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, sinalizou hoje que a situação do País exige um pedido de assistência financeira.  (AQUI)

"Com a informação de que se dispõe hoje, a minha pergunta é por que é que Portugal não recorreu há mais tempo à ajuda externa?", questionou hoje Fernando Ulrich, referindo-se à revisão em alta do défice português de 2010 e aos sucessivos cortes de ‘rating' da parte das agências internacionais.

Ulrich, que falava à margem da apresentação de um estudo do BPI sobre o sector energético, lembrou, contudo, que no passado foi sempre contra a intervenção de Bruxelas e do FMI em Portugal.

"Eu tenho estado sempre ao lado daqueles que defendem que era preferível não termos de recorrer a mecanismos de ajuda externa", notou, deixando também uma mensagem de esperança. "Portugal vai ultrapassar estas dificuldades. Já ultrapassamos dificuldades maiores, para as ultrapassar vamos precisar de muita energia", concluiu.


RESPOSTA: PORQUE SE O TIVESSE FEITO, NÃO SE PODERIA RESPONSABILIZAR A OPOSIÇÃO... 

Sector empresarial do Estado está em ruptura financeira

António Nogueira Leite diz que a revisão do défice de 2010 é "mais um episódio no descontrolo e absoluta falta de rigor a que chegou o actual Ministério das Finanças" e que, ao contrário do que hoje disse Teixeira dos Santos, "ninguém pode dizer que não teremos novos impactos da nacionalização do BPN nas contas públicas". "É por outro lado certo que teremos novos impactos no défice e na dívida com origem nas empresas do sector empresarial do Estado que estão em absoluto descontrolo e ruptura financeira"

Dúvida sobre veracidade das contas agudiza crise de Portugal

Quem diria (AQUI)

Juros a cinco anos superam os 9,5%

SEM COMENTÁRIOS...

Défice foi de 10% em 2009 e 8,6% no ano passado

O défice de 2009 foi de 10% e no ano passado de 8,6%, em ambos os casos bem acima das metas do Governo

O INE faz ainda uma revisão em alta dos défices e dívidas públicas de 2008 e de 2007, designadamente devido a alterações no valor do PIB, que deitam também por terra a ideia de que Portugal tinha conseguido, antes da crise financeira, cumprir os critérios do euro.

Em 2007, o valor agora definitivo do défice orçamental é estabelecido em 3,1% do PIB, e o de 2008 sobe para 3,5% – em ambos os casos acima do limite de 3% estabelecido pelas regras do euro.


Comentário: Neste caso a culpa é claramente da oposição. E AINDA HÁ GENTE QUE ACREDITA NESTE GOVERNO!  
 

António Barreto: Crise política é “golpe” de Sócrates para se vitimizar

“Estamos a pedir em más condições, depois de um golpe de Sócrates que provocou eleições para tentar continuar no deslize e no agravamento em que estávamos”

“Se não se realizarem auditorias, há dois problemas. O primeiro é que damos mais um sinal negativo ao exterior, isto é, que temos algo a esconder. Em segundo lugar, perante o eleitorado português, perante os cidadãos, é um factor de deslealdade inadmissível”


Digo eu: Quem não deve, não teme....
 

Jornal irlandês ‘Independent' escreve carta a Portugal

 "Sei que estão sob pressão para aceitar um resgate e que os vossos políticos dizem estar determinados em o recusar. Eles dirão que nem por cima dos seus cadáveres. Segundo a minha experiência isso significa que serão resgatados muito em breve, provavelmente a um domingo"

DE ESPANHA COM CARINHO...

El primer ministro portugués se parece a un conductor que avanza a toda velocidad por la autopista en dirección contraria, convencido que son todos los demás automovilistas los que se equivocan.

quarta-feira, 30 de março de 2011

CALDO DE LÉRIA

Por João César das Neves, AQUI

Muita gente anda compreensivelmente angustiada com a situação nacional. Estranha é a quantidade de pessoas que se dizem desorientadas, sem ver saída. A crise é grave, mas a solução é fácil. São só três coisas simples: deixar-se de tretas, apertar o cinto e trabalhar mais. A mais difícil é a primeira.

Vivemos há anos mergulhados em caldo de léria. Por exemplo, nesta grave crise existe uma pessoa imaculadamente inocente: José Sócrates. O senhor primeiro-ministro, que há seis anos só executa políticas excelentes, reformas decisivas com resultados históricos, não tem culpa nenhuma. O mal vem todo da crise mundial, da Europa, dos mercados e agência de rating.

Não tem Sócrates razão para culpar a crise? Sim, como Madoff. Ambos viram os seus esquemas denunciados pelo colapso do Lehman Brothers. Na gestão Sócrates, a dívida externa bruta total de Portugal (pelo conceito do FMI) aumentou 147 mil milhões de euros, o dobro do buraco Madoff. Quando chegou ao poder em 2005, essa dívida era 168% do PIB. Em meados de 2008, antes do Lehman cair, já subira para 206%, estando agora nos 233% que nos arruínam. Cresceu mais nos anos do sucesso que desde então. Aliás, aumentou precisamente por causa do suposto sucesso. Assim para os portugueses, como para as vítimas de Madoff, a crise veio a tempo de evitar ainda pior. "Quando a maré baixa é que se vê quem nada nu", disse Warren Buffett em 2003. Se o Lehman só falisse este ano, então é que a nossa ruína seria completa.

Mas as piores tretas não estão nas finanças, embora futuros orçamentos revelarão que surpresas os "resultados históricos" nos reservam. A razão verdadeira das dificuldades está na paralisia da economia. Aí o caldo é espesso. Durante seis anos, o Governo encheu a boca com obras estratégicas e planos tecnológicos. Entretanto, a produção estagnava e o desemprego disparava. Foi também a crise mundial? Não. O aparelho produtivo português foi estrangulado com boas intenções e resultados históricos.

O Governo, pela brutalidade do fisco, ASAE e afins, defende o consumidor, ambiente, saúde, cultura, futuro, etc. Só prejudica as empresas. Como disse o senhor Presidente da República no discurso de posse: "É importante reconhecer as empresas e o valor por elas criado, em vez de as perseguir com uma retórica ameaçadora ou com políticas que desincentivam a iniciativa e o risco. No actual contexto, são elas que podem criar novos empregos e dar esperança a uma geração com formação ampla e diversificada e que não consegue entrar no mercado de trabalho."

Além de arruinar a economia e as finanças, o pior foi o desmiolado ataque contra a família em nome da «modernidade», que levou Portugal à menor fertilidade da Europa Ocidental. Isto, além de paralisar a economia e arrombar as finanças, compromete o futuro nacional por gerações. A cegueira ideológica aqui foi criminosa.

Um homem só, mesmo apoiado por um governo, não chega para criar um drama desta dimensão. A maior das tretas é atribuir todo o mal aos políticos. É verdade que o consulado Sócrates deixa o país de rastos em termos financeiros, económicos, sociais e até morais. Um verdadeiro resultado histórico, só comparável ao de Afonso Costa. Mas esse efeito deve-se à sociedade portuguesa, que Sócrates apenas representou. Afinal, na dívida externa, a parte pública é apenas um quarto.

O mal foi acreditarmos nas tretas. A sociedade é democrática e aberta e as lérias foram sempre sucessivamente aplaudidas. Apesar das repetidas denúncias feitas por organismos internacionais, análises económicas, escândalos políticos, opiniões jornalísticas, o povo acreditou sempre. Com tal ingenuidade, Portugal pode estar prostrado; não pode é estar surpreendido.

Agora que fazer? Trocar o Governo é fácil. Difícil é mudar mentalidades. Não apertamos o cinto porque os furos estão tapados. Não há trabalho porque não se pensa em criar empregos e procuramos os que gostamos e não os que há. Quando se ganham hábitos de rico, custa regressar à realidade. Se ao menos nos deixássemos de lérias...
 

XEQUE POLÍTICO

Carlos Marques de Almeida, ‘Senior associate' do St. Antony's College, Oxford - AQUI
  
A crise política é um remédio e é uma doença, um sintoma de infantilidade no implacável reino dos adultos. E agora com os credores à porta e os juros da dívida ao nível da estratosfera, o País enfrenta três meses de vazio político.

Miserável sistema político que não responde em tempo útil a uma situação de emergência. Nas próximas semanas, em clima histérico de campanha, Sócrates vai arrastar um PS amorfo, rendido e esgotado para a defesa do líder traído. Do lado de um PSD impaciente e nervoso, e em registo volátil de campanha, Passos Coelho vai passear o sermão da sanidade pelos ouvidos dos portugueses. O Sócrates social vai atacar um Passos Coelho liberal, uma espécie de batalha final que antecipa o fim do mundo. O fim do mundo que Portugal enfrenta não é objecto do discurso político, pois este exige um compromisso com a verdade. O País não tem uma ideia geral sobre a sociedade, o País não tem uma teoria geral sobre a mudança da sociedade, logo Portugal não tem uma estratégia de desenvolvimento. O novo mundo representa a liquidação de um Estado "devorista" e a definição de uma Grande Sociedade. A refundação da democracia portuguesa apela à coragem que está para além dos ressentimentos políticos, das clientelas e dos ajustes de contas.

Mas nesta crise política, os sinais de Belém não deixam de preocupar o patriota inquieto. Em condições normais, os políticos são prisioneiros das palavras e donos dos silêncios. Uma perversa inflexão está a perturbar a acção do Presidente da República. Cavaco Silva é cada vez mais prisioneiro dos seus silêncios e cada vez menos dono das suas palavras. Basta observar como os silêncios do Presidente são objecto de manipulação pelas forças políticas no jogo partidário. Os silêncios de Cavaco Silva são preenchidos por terceiros à medida dos interesses mais imediatos, esvaziando a função da Presidência como último recurso da nação. Uma situação a corrigir rapidamente para que o sistema político tenha o fundamental elemento de moderação que não funcionou na actual crise política.

Sobra a sacrossanta questão do FMI. Com o País no limiar da insolvência, Sócrates vê no FMI uma traição, Passos Coelho encontra no FMI a solução. Em torno deste falso dilema vai girar toda a campanha eleitoral. Sócrates levou Portugal à pior situação financeira dos últimos 100 anos e recusa qualquer solução que não seja Sócrates. Passos Coelho, sensato e humilde, não resiste à violência verbal de um Sócrates traído na honra política. A solução milagrosa não está na discussão de um Governo unicolor com maioria absoluta ou de uma Coligação arco-íris. Para Portugal já não há milagres, o saneamento nacional exige uma Coligação, uma maioria absoluta e um estável fornecedor de liquidez como o FMI. Sócrates deixou-se confundir com Portugal e a demência levou o País à condição de um pedinte. E onde é que se viu um pedinte discutir a cor do fato?

O LEGADO DE SOCRATES

Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã (AQUI)

O nível do lixo

Agora é que não há dúvida: chegámos ao nível do lixo. Ontem, como se não bastasse o Banco de Portugal mostrar que se agravam os números da recessão, que há um recuo no rendimento das famílias e o desemprego cresce até 2012, a dívida soberana ficou classificada a um passo do lixo.

É muito simples: não vamos ter dinheiro, nem emprego, nem uma vida melhor tão cedo. Mais: é preferível pedir rapidamente o resgate financeiro à Europa do que deixar andar esta morte cada vez menos lenta. Para o engenheiro Sócrates, a culpa é da crise internacional e da oposição. A crise tem a sua quota-parte, mas o que esta insuportável degradação da economia mostra é uma coisa que há muito este Governo e todos os outros deveriam ter enfrentado: o desemprego é elevado e persistente há muito; a classe média-baixa está a transferir-se para o universo dos novos-pobres; a carga fiscal e a despesa pública sobem há décadas para ir ‘disfarçando’ a tragédia das contas públicas; a economia é débil e politicamente assistida e controlada a partir do ‘chefe’ em serviço no palácio de São Bento; os salários portugueses há muito que se distanciam da média europeia, e os desequilíbrios sociais e económicos agravam-se de forma irreversível. Quem quiser explicar isto com a crise internacional é um delinquente puro!

COM TODAS AS LETRAS

Henrique Raposo, hoje no Expresso (TEXTO COMPLETO: AQUI
 
Paulo Pedroso fez ou não tráfico de influências? 

Em "Lesboa", há uma espécie de código de silêncio que protege os socialistas. E há mesmo silêncios que não se percebem. Na segunda, o telejornal da SIC largou uma notícia que só pode ser considerada uma bomba, mas ninguém pegou na dita bomba política. Parece que anda tudo anestesiado pelo spin socrático. E que bomba é essa? É napalm puro: o Supremo Tribunal de Justiça considera que Paulo Pedroso e/ou pessoas ligadas a Paulo Pedroso tentaram pressionar o normal funcionamento de um processo judicial (Casa Pia, pois claro) . Ou seja, o mais alto tribunal da República acaba de dizer que Paulo Pedroso e/ou pessoas ligadas ao dito tentaram corromper o processo judicial....

A VER SE NÃO ACORDAM TARDE

A Zona Euro corre o risco de ver a crise de dívida soberana espalhar-se da periferia para o centro, alertou esta quarta-feira Lorenzo Bini Smaghi, membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE).


AQUI

ESTE SR. TAMBÉM É CULPADO

António Perez Metelo, comentador habitual da TVI para as questões económicas, diz: «Se fizéssemos isso, numa altura em que a despesa tem é de diminuir em vez de aumentar, era imediatamente declarada a insolvência», afirmou, no habitual comentário no «Jornal Nacional».


E ELE LÁ SEGUE, SEM VERGONHA DANDO O AVAL AO GOVERNO! BRAVO ANTÓNIO 

CONTRA A CORRENTE 2

Carrilho: «PS vai apostar tudo na vitimização»

«Eu penso que o PS vai apostar tudo na vitimização. Até aqui, os mercados eram os culpados de tudo e nós só precisávamos de confiança, agora é o PSD que é culpado de tudo e já não há nada a fazer. É um modo de fazer política que me faz alguma confusão»

CONTRA A CORRENTE

Henrique Neto diz que Governo não teve consciência do endividamento

O empresário Henrique Neto, antigo dirigente socialista, considera que a margem de Portugal nos mercados internacionais é nula, afirmando que "o Governo não teve consciência em tempo útil dos problemas que estava a criar em Portugal com o endividamento".

AQUI  

AS OPÇÕES QUE TEMOS PELA FRENTE

Banco central propõe subir IVA reduzido e subsidiar famílias mais pobres (AQUI)

O aumento das taxas reduzida e intermédia do IVA e uma diminuição da contribuição das empresas para a Segurança Social. Esta é a receita sugerida pelo Banco de Portugal para reforçar a competitividade da economia portuguesa.

Inquérito e buscas aos pagamentos à mulher de ministro

O Ministério Público abriu um inquérito-crime e fez buscas à secretaria-geral do Ministério da Justiça no dia 18 de Março, no âmbito do caso de pagamentos à procuradora Maria Conceição Fernandes, mulher do ministro Alberto Martins.

PORTUGAL NO SEU MELHOR 2

Estado gasta 12,7 milhões em programa que integra apenas 61 desempregados por ano (AQUI)

PORTUGAL NO SEU MELHOR 1

IP8 vai cortar ao meio olival que produz o melhor azeite do mundo (AQUI)

EXPLIQUE LÁ MELHOR...

Já todos sabemos que o ministro da "espécie de justiça" revogou um despacho que autorizou um pagamento à sua mulher. Ontem, o secretário de estado que aprovou o dito despacho, afirmou na  TSF qualquer coisa como:

«Gostava que o ministro tivesse a delicadeza - já nem pergunto pela coragem - de me enviar o despacho antes de o publicitar», mas Alberto Martins «não teve essa nem outras delicadezas», criticou.

«Sei é que não pratiquei nenhum acto ilegal e que justifique juridicamente a sua revogação», frisou, acrescentando que há muitas maneiras de «limpar a imagem à custa dos outros».

Isso mesmo, pode ler AQUI


Já agora, ver também o Correio da Manhã (AQUI) - Pagamento à mulher passou pelo ministro. Director jurídico do ministério concordou com pagamento desde que ministro aprovasse.

A IMAGEM DO GOVERNO DE PORTUGAL

Já aqui coloquei a notícia, entretanto confirmada, do aumento dos montantes que podem ser gastos por ajuste directo e sem concurso público.

Nesta fase, cheira a esturro...Vai daí, é esta a imagem que fica dos nossos governantes:
Via verde para roubar (AQUI)

Entretanto, ao que parece, a oposição lá se vai coligar "negativamente" para revogar a decisão. 

UM PAÍS SEM ESTRATÉGIA

Governo estuda congelamento de portagens em 4 Scut (AQUI)

Fim de quatro Scut a 15 de Abril estava decidido. Executivo em gestão reavalia se quer avançar ou travar.

Tecnicamente, o Ministério das Obras Públicas e dos Transportes diz ter tudo a postos para pôr portagens nas quatro Scut que ainda restam (Beira Interior, Interior Norte, Beira Litoral e Alta e Algarve) a 15 de Abril.

As renegociações com as concessionárias estarão prontas; os pórticos de portagens automáticas encomendados; os respectivos locais de afixação decididos. Mas se o Governo tinha já anunciado a decisão como final, a crise política levou tudo a ser reequacionado, sabe o DN.

terça-feira, 29 de março de 2011

A POLÍTICA QUE NÃO SERVE O POVO

Estamos numa embrulhada de todo o tamanho.

Os compromissos financeiros que o estado Português tem para honrar no futuro próximo, podem ditar a “morte” anunciada: FMI. A Europa (Alemanha e França) começa a deixar cair mais este PIG. E se ainda não caímos é porque eles têm medo da Espanha e do Euro.

De acordo com o Diário Económico, o ministro das Finanças alemão espera um pedido de ajuda de Portugal ao FMI e à Europa em Junho. Adorável é o comentário: “Oficialmente, Angela Merkel evita a todo o custo parecer estar a pressionar Portugal”.

Infelizmente, basta olhar para os factos para reconhecer que a coisa está negra. Os especialistas dizem mesmo que, após o anúncio do montante necessário para Portugal, 75 mil milhões de Euros, anúncio feito na passada semana pelo primeiro-ministro luxemburguês e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, a história ficou contada. Só isso justifica que as contas já estivessem feitas!

Podem os políticos Portugueses dizer o que quiserem, que desta já dificilmente nos safamos. O Sr. Andrew Bosomworth, (Um dos Srs. “mercados”), afirma mesmo que “neste momento, faria sentido Portugal recorrer ao fundo de resgate de forma a conseguir empréstimos para financiar a dívida que vai vencer”

Ainda assim, ao que tudo indica, o estado português já terá garantido o dinheiro necessário para sobreviver até Junho. De contrário, dificilmente o Presidente da Republica poderia aceitar a demissão do governo e dificilmente o ministro alemão avançaria datas.

Por cá, vamos tendo mais do mesmo. Politiquice barata!

Indiferente (ou talvez não) à difícil situação do País, o Sr. Primeiro-ministro suspendeu a democracia e avançou com a propaganda, dando-se mesmo ao desplante de sair da assembleia da república aquando da discussão do PEC4; e tudo ainda a tempo de ser a vítima desta história mal contada.

Já o Presidente da Republica errou, não no discurso de tomada de posse, mas muito antes, só que aí, não tinha condições políticas para pôr o dedo na ferida, afinal ainda tinha umas eleições pela frente.

A propósito do discurso de tomada de posse do presidente, convém reconhecer que foi duro para o governo. Não teve a delicadeza de outros tempos, pelo que me arrisco mesmo a dizer que o Presidente da Republica tinha conhecimento, não oficial, da existência de certas negociações. De qualquer modo, a bem dos necessários consensos, deveria ter sido mais brando, até porque o tal discurso da verdade ficará para segundas núpcias.

Sim, infelizmente o nosso regime não valoriza a verdade! 

Infelizmente, como o confirma a pressa em comunicar ao país que as contas públicas não serão auditadas, o povo não merece conhecer a verdade antes de exercer o direito ao voto que está na base do regime. A partir deste ponto, é-me permitido pensar que está tudo bem pior do que nos é dado a conhecer.

Pelo meio, vários sinais perturbadores. 

O PSD, que quer ser governo, dá sinais contraditórios, pondo-se a jeito das críticas do PS. Neste momento, não transmite segurança e o episódio da suspensão da avaliação dos professores, por justo que seja, deixa muito a desejar. Alguns responsáveis do partido andam quase histéricos, não se apercebendo que o “pote” está seco!

O PS, está moribundo. Anestesiado pelo veneno do poder não consegue dizer mais do que “Como foi possível fazerem isto ao País?” Ou talvez consiga. Com o governo já pré-demissionário, lá conseguiu aumentar os limites dos contratos públicos por ajuste directo. Tudo normal nesta república das bananas.

E os senadores? Tudo como antes…

O Dr. Mário Soares, que muita gente vê como referência, confesso que eu nem tanto, anda aos papéis. Teve um artigo no Diário de Notícias, “Um apelo angustiado”, publicado no dia 22 de Março, no qual tentou claramente condicionar o Presidente da Republica, sugerindo que este poderia evitar a “catástrofe anunciada”, esquecendo em absoluto todo o contexto político em que vivemos. Com este artigo, Mário Soares condicionou decisivamente a actuação do Presidente da Republica, independentemente de ter razão acerca do vazio de poder que nos espera num período tão decisivo.

Já hoje, o mesmo Mário Soares, volta ao Diário de Notícias com o artigo: “A demissão consagrou-se”. Um bom artigo que deveria dar muito que pensar. Ataca o presidente, dá uma alfinetada ao governo para a seguir o defender, ataca o PSD, o CDS e os partidos da “esquerda radical”, palavras dele.

Mas o melhor, vem depois (cito):
As culpas da União
2. Se há, nesta e noutras crises - financeira, económica, política, social e de valores - quem tenha culpas graves no cartório, como os espíritos lúcidos e independentes perceberam há muito, é a União Europeia e a fraqueza das suas instituições e lideranças: a Alemanha, da chanceler Merkel, a França, do Presidente Sarkozy, e a maioria dos líderes ultraconservadores que, nesta fase crítica, governam a esmagadora maioria dos Estados europeus.

Só lhe faltou dizer, como a namorada do primeiro-ministro, que o governo de Portugal aplica contrariado as políticas que o PSD gostaria de aplicar….

A crise financeira e económica actual - que está longe de ter passado - está a pôr em causa o neoliberalismo, que a maioria dos Estados europeus ainda não abandonou. O que implica rupturas urgentes...

Rupturas? Neste momento? Mas isso não era uma irresponsabilidade?

Acaba citando o artigo de Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia e professor da Universidade de Princeton, "A crise portuguesa e a política de austeridade” no qual o autor critica categoricamente as politicas adoptadas na Europa, em particular em Portugal, na resolução da actual crise da dívida.

A ideia até parece boa, mas o Dr. Soares lá se esqueceu: 
Há alturas em que, como ele bem sabe, é preciso “meter o socialismo na gaveta! Hoje não há espaço para ideologias. Não nos resta alternativa que não seja emagrecer para ir obtendo o dinheiro de que precisamos para viver. Não nos resta outra coisa senão empobrecer para pagar juros, e tudo isto porque os nossos governantes não quiseram ver as evidências, permitindo que nos endividássemos a um nível absolutamente absurdo, que resultou na inevitável perda de soberania.

Isto o Dr. Soares não escreve. Mas devia, porque enquanto o não fizer contribui para o país campeão do mundo na compra de telemóveis.

NOTA: O Dr. Soares também antecipa que as rupturas não se farão esperar por muito tempo e poderão ser mesmo violentas. Diz para porem os olhos no mundo

Carta aberta à ministra da Educação

Escrita por professores da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Henrique Medina, Esposende (AQUI)
Vale a pena ler...

(...)
E, perdoe-nos, mas vir falar agora de questões de constitucionalidade, além de revelar mau perder, é acordar demasiado tarde para a defesa do primado da lei. Já foi amplamente demonstrado que o modelo agora revogado estava repleto de disposições que desrespeitavam os princípios da justiça, da imparcialidade e da transparência, legal e constitucionalmente consagrados. Apenas três exemplos, entre muitos possíveis: colocava na situação de avaliadores e de avaliados professores que pertencem à mesma escola e que são concorrentes aos mesmos escalões da carreira; punha o mesmo grupo de pessoas a decidir a classificação dos colegas, mas também a reclamação e o recurso dessa classificação; impedia que fossem tornadas públicas as classificações obtidas pelos professores da mesma escola.
(...)
"E que dizer da "qualidade" de um sistema de avaliação em que às aulas dos relatores assistiam coordenadores de departamento de disciplinas diferentes da sua? Um professor de Educação Física a avaliar uma aula de Geometria Descritiva? Um professor de Geografia a ser avaliado por um de Filosofia? Ou um de Biologia, por outro de Física ou Matemática?"
(...)
"Permita-nos aqui apenas um aparte para o senhor primeiro-ministro, quando este pergunta aos partidos da oposição o que é que estes vão dizer aos professores que tiveram Muito Bom e Excelente (presume-se que no modelo da sua antecessora): para isso, era preciso que soubessem quem eles são, pois esse é o segredo mais bem guardado nas nossas escolas, vá-se lá saber porquê..."

A EUROPA DE CALÇAS NA MÃO

Liquidez de emergência concedida pelo BCE continua em níveis elevados (AQUI)

Os empréstimos de curto prazo obtidos pela banca europeia junto do BCE continua em níveis elevados, num sinal de que muitos bancos estão a sentir algumas dificuldades em assegurar o seu financiamento quotidiano.

Dito de outra forma: O pior ainda está para vir... 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pressões políticas justificam prisão de Pedroso


(...)
 Os juízes do Supremo, com base nas escutas existentes no processo, declaram aderir completamente às decisões do juiz Rui Teixeira e do Tribunal da Relação segundo as quais os políticos tentaram perturbar a prova no processo casa pia.
«Terceiros, a pedido de Paulo Pedroso, realizaram diligências junto de instituições judiciais e políticas susceptíveis de criarem perigo de perturbação do inquérito e sentimento de insegurança e intranquilidade públicas, com consequências ao nível da prova», refere o acórdão, rejeitando que o juiz Rui Teixeira tenha errado ao prender Paulo Pedroso.


Quem é que entende a Justiça? Certo é que o homem esteve preso preventivamente e depois nem chegou a ser acusado. 
 

Pobreza - AMI diz que 2010 foi o "pior ano em Portugal"

A Assistência Médica Internacional (AMI) revelou hoje que 2010 foi o "pior ano em termos de pobreza em Portugal" nos registos da fundação.

De que foge Sócrates?

Uma imagem vale mais que mil palavras
("Roubado": AQUI

Parece que se aproximam tempos difíceis. Talvez expliquem a pressa em apresentar o PEC4 e forçar a rotura.


Governo faz negócio secreto com minas de Aljustrel

Parlamento denuncia 130 milhões de euros do erário público
A empresa Martifer já recebeu o dinheiro, mas o Governo e a Assembleia da República estão a fazer braço-de-ferro com o contrato de aquisição das minas de cobre e zinco de Aljustrel por parte do grupo liderado por Carlos Martins

AQUI

Austeridade

Nova lei: Estado vai poder gastar mais já em Abril
Montantes por ajuste directo e sem concurso público aumentam
O Governo decidiu aumentar os montantes que podem ser gastos por ajuste directo e sem concurso público
AQUI

Os senhores do mundo

Em plena crise de credibilidade, executivos da Moody"s ganharam mais 60 por cento em 2010

AQUI

Justiça ou eleitoralismo?

Governo cede no transporte de doentes
Doentes crónicos não terão que provar insuficiência económica para terem ambulância grátis.


AQUI

A verdadeira preocupação da Sr.ª Merkel?

A dívida privada e pública aos bancos espanhóis equivale a 45% do PIB português de 2010 

Portugal deve à banca espanhola qualquer coisa como 77 mil milhões de euros, quase metade do PIB português, um valor próximo das estimativas para o pacote de resgate europeu que enchem os jornais, e tanto quanto as dívidas à Alemanha e a França, juntas. 

Alemães deram abanão eleitoral a Merkel

O partido de Angela Merkel sofreu mesmo a bofetada eleitoral que temia: a perda do estado federado de Baden-Württemberg, que a CDU governava há 58 anos.

COMENTÁRIO:
Uma fonte próxima da chanceler afirmou que a Sr.ª Merkel atribui este desaire à indisciplina dos Portugueses.
Entretanto José Sócrates, apelou aos Alemães para terem juízo e elogiou a Sr.ª Merkel: "Como é possível seus ingratos? Apelo ao vosso sentido de responsabilidade! É urgente que se retratem e apoiem publica e esmagadoramente a Chanceler que já assegurou o domínio Alemão na Europa. Andam a dormir? Sem a Chanceler a Alemanha passará por tempos dificeis..." 

O vosso roubo

Grupo de jovens faz protesto simbólico nas sedes do BPN
A mensagem foi colada, às cinco da manhã, no vidro da sede do BPN no Porto: “O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos”.
TIRADO: AQUI

domingo, 27 de março de 2011

Adeus, José, vai-te embora e não voltes

João Miguel Tavares (AQUI)

José Sócrates fez demasiado mal a Portugal, durante demasiado tempo. Os juros da dívida podem continuar a crescer, as futuras medidas do PEC podem ser iguais às que ele iria tomar, o FMI pode vir a assentar arraiais no Terreiro do Paço, o mundo como o conhecemos pode até acabar – ainda assim, a sua demissão não deixará nunca de ser uma excelente notícia.

 José Sócrates não foi apenas um primeiro-ministro incompetente. Ele destruiu a confiança nas instituições, apagou por completo a linha que separa a verdade da mentira e atirou a política para as ruas da amargura, impondo a teoria do "eles são todos iguais".

O país de Sócrates

João Pereira Coutinho (AQUI)

Imagine o leitor que o primeiro-ministro David Cameron, num dia decisivo para o futuro político e económico do Reino Unido, resolvia abandonar a Câmara dos Comuns logo no início do debate. Não por motivos de saúde; não porque alguém resolvera declarar guerra ao país; mas porque, simplesmente, tinha mais que fazer do que aturar o Parlamento. O que diria a ‘inteligência’ britânica do caso? E o que diria o cidadão comum?

A pergunta é absurda porque o cenário é impensável: nenhum primeiro-ministro de um país com tradição democrática e liberal sobreviveria ao gesto. Em Portugal, pelo contrário, o gesto não é apenas normal; é, suspeita minha, compreendido e apreciado pela selvajaria dos nativos. Os mesmos que sempre tiveram pelo autoritarismo do ‘chefe’ a admiração própria dos escravos. É por isso que, depois de seis anos de abuso e ruína, é precoce decretar o óbito de quem nos enterrou vivos. José Sócrates não nasceu do nada; ele precisou de uma cultura iliberal para crescer e prosperar. E que não se apaga da noite para o dia.

sábado, 26 de março de 2011

Curso de Político Gratuito

DIGNIDADE

O Blogue "31 da Armada" publicou esta imagem:
Trata-se da página do Faceboock do Sr. Renato Sampaio, homem forte do PS Porto, "Presidente da Federação Distrital do PS Porto, Deputado à Assembleia da República e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS.
(AQUI )

ESCLARECEDOR 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sócrates irrita-se com jornalistas em Bruxelas

No final da conferência de imprensa, visivelmente irritado, dirigiu-se a uma jornalista estrangeira, que lhe havia perguntado em português do Brasil sobre a capacidade do país se conseguir refinanciar em Abril.

Com o dedo em riste, ar ofendido e voz acima do tom, Sócrates afirmou que "não andamos por aí a pedinchar, temos dinheiro suficiente" e "temos dignidade", perante o olhar surpreso da jornalista.

The Crisis in Portugal??

Submitted by Bruce Krasting on 03/24/2011 (AQUI)

Everyone knew that Portugal would have to roll over and accept a bailout at some point. It was inevitable that this has happened. The lines crossed some time ago. Portugal has too much short-term debt. The cost of rolling it over (if possible at all) would be too high. Debt service at free market rates would kill the country. So there is no sense in keeping up the charade any longer. It was Portugal’s dependence on ST debt that did them in. This chart shows how the maturity schedule of existing debt simply overwhelmed their capacity to refinance.

What would you call this? ‘Mismanagement’ comes to mind. The Portuguese Treasury put the country at risk. Rather than point fingers it would be ‘nicer’ to conclude that Portugal had no option but to borrow short-term. It would be fair to blame the economic leaders of the EU. They knew for years that Portugal’s ST debt was a time bomb. The lessons of Greece and Ireland and their dependence on money with a short string are fresh in their minds.

ELE HÁ COM CADA ARTISTA!!!

O ERRO DE SÓCRATES 
Leonel Moura (AQUI)

José Sócrates imaginou que se podia fazer política em Portugal com um mínimo de decência e sentido da responsabilidade.

OH CHEFE, DESCULPE?
DECÊNCIA? SENTIDO DE RESPONSABILIDADE?
NÃO BRINQUE, TENHA VERGONHA!!! 
 

Empresas públicas "correm risco" de não pagar salários

Augusto Mateus avisou ontem, em declarações ao Etv, que é possível que as empresas públicas não consigam pagar salários.

"Continuamos com responsáveis políticos que parecem autistas. Falam do que sabem e do que não sabem", notou, acrescentando que esse ‘autismo' fez com que Portugal se debatesse agora com "um problema de financiamento externo, problemas de liquidez e um possível problema solvência".

E foi mais longe ao afirmar que é preciso ter no poder "os melhores portugueses", porque, sublinhou, "não se pode brincar com o País".

Juncker: Fundo tem capacidade para resgatar Portugal

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, disse aos jornalistas esta sexta-feira que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira tem capacidade para resgatar Portugal.

AQUI

É NECESSÁRIO REAGIR

Miguel Portas: Passos tem "coluna vertebral de um caracol"

Miguel Portas, eurodeputado pelo Bloco de Esquerda, disse esta manhã na Antena 1 que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, tem "a coluna vertebral de um caracol".


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Sócrates não garante maioria alargada a Passos Coelho

José Sócrates, que deverá ser reconduzido como líder do PS, não está a dar quaisquer garantias aos parceiros europeus de que apoiará um quadro de maioria alargada se o PSD ganhar as próximas eleições legislativas.

Ministra acusa PSD de querer ganhar votos com suspensão da avaliação docente

“É com muita mágoa que eu vejo que o jogo eleitoral estraga aquilo que é o trabalho das instituições e das escolas”,

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Sócrates: "Como foi possível fazerem isto ao País"

"Portugal não precisa de recorrer a nenhum fundo de resgate (...) e tem condições para se financiar nos mercados", afirmou José Sócrates, assegurando que "vamos cumprir os nossos objectivos".

Sublinhando que "só lá vão 24 horas" desde o chumbo do PEC IV, no Parlamento, e Portugal já viu o seu ‘rating' reduzido por duas agências, a Fitch e a S&P, Sócrates deixou uma pergunta: "Muitas vezes me pergunto: como é que foi possível fazerem isto ao País?"

AQUI 

Há vida para lá do orçamento, mas também é má!

Testemunha-chave da Casa Pia foi paga para mudar de posição AQUI

Auditoria ao défice, já

Hoje, Bruno Proença, publica no Diário Económico uma artigo de opinião (AQUI), em que arrasa a credibilidade de José Sócrates e Teixeira dos Santos. Afirma mesmo que "As finanças públicas em Portugal são uma ficção e de terceira categoria.".

Termina sugerindo uma auditoria às contas públicas, que deverá estar concluída antes das eleições.

Antes, Avelino de Jesus, AQUI, afirmava: 
"O medo do FMI é - antes de tudo o resto - temor da capacidade de análise e de revelação do estado real da economia portuguesa, em geral, mas sobretudo, no âmbito dos compromissos públicos constantes nos contratos das parcerias público - privadas e concessões e em todos os compromissos implícitos e não publicitados propiciados pela reinante promiscuidade entre os sectores público e privado. "

Também Vitor Bento, AQUI, levanta a lebre:
"Temo, aliás e na linha dos últimos acontecimentos, que o que verdadeiramente motiva a "denodada resistência" ao apoio externo seja o receio de revelação da verdadeira situação em que nos encontramos."

 Vamos ver se há  

quinta-feira, 24 de março de 2011

Trichet: “É essencial que Portugal confirme metas do PEC”

“É essencial que Portugal confirme o plano que foi concebido e aprovado”, disse Jean-Claude Trichet.

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Passos Coelho e o IVA em 2010 e em 2011

"Os impostos indirectos tratam todos pela mesma medida, tanto pobres como ricos, razão porque são, nesse aspecto, mais injustos. É essa, aliás, a razão porque eu nunca concordei em taxar cada vez mais os impostos indirectos, nomeadamente o IVA. Ele vale 20% para quem tem muito como para quem tem pouco". 
Pedro Passos Coelho, no livro "Mudar", editado em 2010.


"Se ainda vier a ser necessário algum ajustamento, a minha garantia é de que seria canalizado para os impostos sobre o consumo, e não para impostos sobre o rendimento das pessoas". 
Pedro Passos Coelho, hoje, em Bruxelas.

AQUI 

Portugal visto de fora

Portugal está hoje nas páginas de publicações do mundo inteiro. Na conceituada Forbes, Sócrates é de direita e Manuel Maria Carrilho é o líder da oposição.

O artigo não permite concluir sobre como é que o autor foi pensar tal coisa.


AQUI 

PS ataca PSD por admitir aumento do IVA

O PSD admitiu a possibilidade de aumentar a taxa de IVA. Uma porta aberta que mereceu duras criticas do Partido Socialista, que acusa Passos Coelho de ter "duas caras" e de "estar mal preparado".

AQUI

Campos e Cunha: 100% de possibilidades de recurso a ajuda externa

Luís Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças de José Sócrates, entrevistado pela BBC rádio, não poupou as palavras.

Quando lhe pediram que estimasse a probabilidade de Portugal ter de recorrer a ajuda externa, disse em bom e claro inglês: "100%. Está bem?".

A seguir, perguntaram-lhe quais tinham sido os principais erros portugueses. Resposta: "A abordagem fiscal de 2009, a abordagem fiscal de 2010 e a dos últimos seis anos".

AQUI 

Passos Coelho assume discordância com Merkel sobre chumbo do PEC

"Não concordo com ela". Foi assim que o líder do PSD respondeu aos jornalistas quando confrontado com o facto de Merkel ter lamentado a reprovação do PEC

Fitch corta "rating" de Portugal em dois níveis devido à crise política

A agência de notação financeira tinha dito que a crise política não tinha implicações no "rating", mas acaba de cortar a notação do país em dois níveis, no dia seguinte ao da demissão de José Sócrates.

Da credibilidade

Vitor Bento (AQUI)

(...)
 
De tal forma que, no exercício de reporte obrigatório à Comissão Europeia, feito nas vésperas do acto eleitoral, se reportou um défice de 5.8%, quando economistas - com muito menos informação do que a oficial - já diziam há meses que o valor não poderia ser inferior a 7%. É claro que as previsões económicas daquela Comissão, divulgadas pouco depois, já apresentavam um défice de 8%, mostrando a credibilidade atribuída ao que lhe fora reportado pelo Governo português.

Como se sabe, o défice acabou por ficar em 9.3% do PIB (não contando com os "activos financeiros"). E, sem surpresa, verificou-se que, aquando do reporte feito em Março de 2010, Portugal foi o país que apresentou, de longe, o maior desvio entre o "valor provisório" reportado em Setembro e o "valor revisto" reportado naquela data, confirmando a submissão da informação do Estado aos interesses eleitorais do partido do governo.

Este exercício descredibilizou irremediavelmente qualquer informação sobre as finanças públicas proveniente do Governo ou de órgãos por si tutelados. E o que se passou com as contas de 2010 reforçou tal convicção. De tal forma que, em boa verdade, ninguém, fora do Governo, sabe a verdadeira situação financeira em que o País se encontra e que certamente será pior do que tem sido dito. Daí que não possa surpreender a coincidência entre a visita de técnicos da Comissão e do BCE para analisar as nossas contas e o subsequente anúncio de mais medidas restritivas, apesar das declarações oficiais sobre a execução orçamental.

Temo, aliás e na linha dos últimos acontecimentos, que o que verdadeiramente motiva a "denodada resistência" ao apoio externo seja o receio de revelação da verdadeira situação em que nos encontramos.

ABRE OS OLHOS

Comissário Europeu Almunia distancia Espanha da situação em Portugal (AQUI)

O PERIGO DA DEMAGOGIA

Hoje no Jornal de Negócios Online:

Juros da dívida disparam após queda do Governo - As taxas das obrigações do Tesouro estão em alta, em todos os prazos, depois da demissão de José Sócrates. Os juros exigidos a Portugal, na dívida a 5 anos, fixaram um novo máximo, acima de 8,3%.

PSI-20 sobe mais de 1% apesar da demissão do Governo - O optimismo parece estar presente no principal índice da bolsa portuguesa, onde a PT lidera os ganhos de 19 cotadas. Apenas a Semapa perde valor.

Comentário: É certo que a crescente probabilidade de se formalizar o inevitável pedido de ajuda externa, leva à incerteza dos credores e tendência para subida de juros. Ainda assim, todos sabemos que a intervenção do BCE nos mercados secundários condicionou a evolução "natural" dos juros, pelo que esse indicador não poderá ser encarado como neutral.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reacções a um Portugal sem Governo

RETIRADO DO DIÁRIO ECONÓMICO (COMPLETO: AQUI)

Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP
"Nada de especial. Já era previsível". "O que interessa agora dizer é que, em democracia, quando há bloqueios, há eleições. No futuro é preciso que as forças partidárias, nomeadamente o PS e o PSD, passem a falar com a verdade e com rigor".

Nuno Amado, presidente do Santander Totta
"É a democracia a funcionar"

Américo Amorim, empresário.
... Qualquer mudança nunca favorece o país, a instabilidade política nunca foi boa. Mesmo assim acredito que o que aí vem não é pior para o país, mas o futuro a Deus pertence".

Silva Lopes, economista"O primeiro-ministro andava há que tempos a negar auxílio externo, mas ele já cá está há muitos meses. Se não fosse o BCE, já isto estava de pantanas há muitos meses".
(...)
"Não houve responsabilidade, ninguém ganhou juízo. Andaram todos a evitar o inevitável. Nem o Governo, nem o líder da oposição, nem o Presidente da República, nenhum quis declarar que a vinda do Fundo era inevitável".

Miguel Almeida, presidente da Sonaecom
"A única coisa que posso dizer é que este não é o melhor momento para irmos para eleições".

Ilídio Pinho, IP Holding.
...  Não acredito que vamos ficar piores, a convicção que tenho é que a oposição (os partidos que vão concorrer às eleições) já criaram condições de confiança nos mercados externos".

Pais do Amaral, empresário
"É um desastre. Vai mergulhar o país numa crise muito mais profunda do que aquela em que já estava".Luigi 

Valle, vice-presidente do Pestana:
"Este Governo e este primeiro-ministro tinham de cair. Mas isso não significa que a partir de amanhã o PS, PSD e CDS não façam um esforço para se entenderem".

António Saraiva, presidente da CIP
Não era "o momento oportuno" para um período eleitoral e que o país vai "mais fragilizado a Bruxelas".

Bernardo Vasconcellos e Sousa, proprietário e presidente do HotelStock
"Tudo isto era inevitável há muito tempo. Não penso que a realização de eleições seja um drama.

Paulo Varela, presidente do grupo Visabeira
"Lamento imenso esta situação e penso que a solução passará necessariamente por fazer eleições e reunir um consenso o mais alargado possível que envolva o máximo de partidos.

Carlos Barbot, presidente do grupo Barbot
"É pena não se ter evitado isto. É pena não se terem entendido, é pena não terem falado com o Presidente da República. Acho que nos estão a levar para uma situação muito complicada"

Hipólito Pires, gestor
"Na minha opinião, acho que agora ficamos ainda pior do que o que estamos, mas temos que esperar para ver o que acontece. O país fica pior".

Luís Cabaço Martins, presidente da Antrop
"Gostamos de ter interlocutor e trabalhamos com qualquer Governo. O importante agora é que se encontrem soluções de estabilidade governativa. Esperamos que, sem prejuízo de estarmos perante um governo demissionário, seja possível continuarmos a trabalhar porque o país não pára."

Biagio Lapolla, responsável do Royal Bank of Scotland
"Isto traz consequências negativas nos mercados. Não muda muito a visão, porque os investidores já todos tinham a certeza que um resgate era inevitável.

Augusto Mateus, economista
"Aquilo de que o país precisa é de uma plataforma de convergência política, social e técnica. Portugal precisa de um governo maioritário ou de um acordo maioritário para tomar as medidas necessárias, que foi o que não aconteceu. E mesmo o acordo político não chega. Falta convocar as forças sociais e em matérias-chave encontrar pessoas altamente competentes".

João Picoito, director-geral da Nokia Siemens Network
"Portugal necessita de encontrar rapidamente uma solução de estabilidade política alargada para se poder concentrar nos graves problemas económicos que tem de ultrapassar".

Pedro Seabra, presidente da consultora CB Richard Ellis em Portugal
"Já estávamos numa situação de total falta de financiamento de elevado custo da dívida pública, que é o que nos penaliza e isto não muda nada nesse sentido. Contudo, creio que houve alguma precipitação e teria sido melhor que este PEC tivesse sido aprovado nalguns pontos."

Ricardo Sousa, presidente da Century 21 Portugal
"Eles deviam ter tentado negociar e a demissão do Governo é negativa."

Miguel Júdice, presidente executivo do grupo Lágrimas
"Acredito que a entrada do FMI pode não ser uma consequência directa, depende do que se fizer no caso de queda do Governo."

Jorge Armindo, presidente da Amorim Turismo:
"A credibilidade do País a nível europeu já sofreu bastante. Isto foi um mau princípio, não se ter conseguido acordo entre os líderes políticos".

António Pires de Lima, presidente da Unicer
"Foi a crónica de uma morte anunciada por todos há muito tempo. É importante uma clarificação política com a credibilidade a ser questionada todos os dias".

João Vieira Lopes, presidente da CCP
O importante não é a cor política do futuro Governo mas sim a existência "de uma base alargada".

Antonio Carlos Rodrigues, vice-presidente do conselho consultivo do grupo Casais - Construção
"Isto é muito mau para o país, para os bancos, para as empresas. O país está numa situação tão instável, tão frágil na sua capacidade de gestão...que um dia destes vamos ter um estrangeiro a mandar em nós.

Pedro Gouveia, director da construtora San José
"Era a crónica da morte anunciada. Estávamos à espera que esta situação acontecesse porque a credibilidade do governo e as medidas tomadas já não faziam sentido.

Fortunato Frederico - presidente do grupo Kyaia (Fly London) e presidente da APICCAPS
"É uma situação má que vai criar mais dificuldades ao país, a somar às que já temos. Só vai criar dificuldades.

Eduardo Rangel, Presidente do Grupo Rangel
"A queda do Governo era inevitável e ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Portugal necessita de um Governo que trabalhe com o apoio de outros partidos políticos, para que desta forma não imponha ao país as medidas que pretende tomar, sem uma ampla maioria de apoio".

Bruno Bobone, Presidente do Grupo Pinto Basto 
"A queda do governo tornou-se inevitável face à má condução da situação pelo primeiro ministro que durante demasiado tempo tentou esconder a situação de dificuldade que vivemos e que agora tentou ganhar protagonismo na tomada de posição, sempre na perspectiva de ganhar imagem pública e nunca se preocupando com a realidade do país e dos portugueses".

Miguel Beleza, economista
"A oportunidade é má devido à situação do país e dos mercados internacionais"